Criar o meu próprio negócio era algo com que eu já sonhava há meses, mas que não arrisquei fazer antes por medo de deixar um trabalho estável, com contrato sem termo, e com um salário seguro que me dava uma vida confortável. Apesar de, de uma forma geral, gostar do que estava a fazer, o meu trabalho envolvia-me de tal forma que, quando chegava ao fim do dia, não tinha energia para me dedicar a absolutamente mais nada. Passei meses a queixar-me até que um dia, em terapia, concluí que enquanto não fizesse nada, os dias, meses e anos iam continuar a passar e eu ia continuar a fazer exatamente isso, a queixar-me. Então tinha pelo menos que tentar.
Claro que o medo não desapareceu… No segundo a seguir a terminar a chamada com a minha chefe, em que lhe disse que queria sair, o meu primeiro pensamento foi “O que é que foste fazer?!” e desatei a chorar. De repente já não era só um cenário na minha cabeça, era real, e tinha de lidar com isso. O medo voltou a atacar!
Mas o medo não tem que ser um bicho papão. O medo serve, essencialmente, para nos manter protegidos, o que na linguagem do medo, significa manter-nos exatamente onde estamos, no familiar, no confortável. Tudo o que saia desses limites gera o pânico! Então, algo que pode ajudar é ouvir o medo e, de acordo com os alertas que nos dá, avaliar a situação e prepararmo-nos para a eventualidade de tudo realmente correr mal (o que raramente acontece).
No meu caso, o que me impedia de arriscar era o medo de deixar de ter um salário e, a certa altura, deixar de ter dinheiro suficiente para cobrir as despesas essenciais. Esse medo ajudou-me a tomar decisões de forma a evitar esse cenário:
- Em vez de me despedir, pedi uma licença sabática, o que me deu a segurança de saber que o pior que podia acontecer era ter de voltar à estaca zero (que nunca será a estaca zero, porque já ninguém me tira tudo o que aprendi neste período);
- Em vez de deixar logo o trabalho, fiquei por mais três meses – isso foi benéfico tanto para a empresa (que teve mais tempo para encontrar um substituto e dar-lhe tempo suficiente para aprender a nova função), como para mim, porque pude contar com mais três salários e aumentar um pouco mais as minhas poupanças para o período em que não ia ganhar nada.
- Aproveitei também esses três meses para me preparar para a mudança. Não adiantaria largar tudo para me dedicar a um projeto próprio se não soubesse sequer como começar. Então inscrevi-me no curso Zero to CEO, onde tenho aprendido tudo o que preciso para otimizar as minhas hipóteses de sucesso.
Ter um plano ajudou-me a acalmar o medo e a agir apesar dele.
Não sei se há uma forma de o extinguir de vez… No meu caso continua cá todos os dias, a dizer-me para voltar ao trabalho seguro, a alertar-me para o saldo da conta a diminuir, a dizer-me para desistir porque não tenho nada de útil para partilhar. Às vezes quase me convence. Mas é nesse momento que me pergunto “Esta decisão reflete os meus sonhos ou os meus medos?”. Se reflete os meus sonhos, não pode ser uma decisão errada. E, se por acaso reflete os meus medos, volto atrás, pergunto-lhe quais são os riscos, e preparamos juntos o plano de contingência.
Espero que este conteúdo de tenha inspirado!
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